Parte I | Travessias

  • #tempodemovimento | Parte I | Referências bibliográficas

    Referências Bibliográficas – BOGACIOVAS, Marcelo Meira Amaral.  Cristãos Novos em São Paulo (séculos XVI-XIX): assimilação e nobilitação.  São Paulo: ASBRAP, 2015. — FLABEL, Nachman.  Sobre a presença dos cristãos novos na Capitania de São Vicente e formação ética Paulista.  Revista USP, São Paulo: no. 41,  p.112-119, março-maio, 1999. – HOONAERT, Eduardo.  Formação do Catolicismo brasileiro. 1500-1800.  Petrópolis: Editora  Vozes, 1974. – NOVINSKY, Anita (ET AL). Os Judeus que construíram o Brasil: fontes inéditas para uma nova visão da história.  São Paulo: Planeta do Brasil, 2015. SALVADOR, José Gonçalves.  Cristãos Novos, Jesuítas e Inquisição.  São Paulo; Livraria Pioneira Editora, Editora da... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | O catolicismo laico de feitio privado e familiar

    A Igreja Católica se esforçou durante o período colonial na formulação das novas diretrizes emanadas do Concílio de Trento (1545- 1563). No entanto, os resultados se concretizaram de forma precária e incompleta. O catolicismo colonial se apegará à tradição católica portuguesa do período pré-tridentino. Será caracterizado pela manutenção da herança cultural do passado colonial português com seu pensamento mágico e a exterioridade das manifestações religiosas e de devoção.  Um catolicismo predominantemente laico, gozando de certa autonomia, com muitas rezas e poucos padres e poucas missas, mais voltado para o ambiente privado e ao culto familiar aos santos de devoção. Desta... (Leia Mais)
  •  #tempodemovimento | Parte I – Travessias | O catolicismo por devoção e obrigação

    O estudo da relação do homem com o sagrado é um dos desafios permanentes dos estudiosos em geral.  Principalmente para os historiadores quando se voltam para a análise do catolicismo brasileiro durante o período colonial quando se deparam com uma prática religiosa complexa, plural e heterogênea.               Rugendas: Festa de N.S.do Rosário no Brasil colonial   Um catolicismo que, como afirma Eduardo Hoornaert, “assumiu nos primeiros séculos de sua formação histórica um caráter obrigatório. Era praticamente impossível viver integrado no Brasil sem seguir ou pelo menos respeitar a religião católica” (Hoornaert, 1974, 13). Um grande número de agentes atuou... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | Inquisição e perseguição aos judeus

    A Primeira Visitação do Santo Ofício no Brasil, assim denominado na época, foi realizada entre os anos de 1591 a 1595.  Com sua atuação ficou claro que uma boa porcentagem dos denunciados era de origem judaica.  A Inquisição permaneceu na Bahia por dois anos, até 1593.  Depois seguiu para Pernambuco, Itamaracá e Paraíba.  A perseguição aos judeus nas capitanias do nordeste estimulou a saída dos mesmos em direção ás capitanias do sul. Nelas reinava uma maior liberalidade em relação ao judaísmo. Entre os denunciados foram citados cristãos novos da região de São Vicente, como Gomes da Costa, Antônio do Vale,... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | O renascimento do cristão novo no Brasil

    Os judeus, quer espontaneamente ou fugindo da Inquisição, vão renascer na América em outro contexto e em outra realidade.  Para cá trouxeram o traquejo comercial, as técnicas econômicas e de produção e as práticas religiosas que foram preservadas no interior dos seus lares. A partir de 1534, com a criação das Capitanias Hereditárias e a distribuição de sesmarias, para atingir os objetivos da Coroa portuguesa, foi preciso contar com novos imigrantes.  Fato que serviu de estímulos para a entrada de “uma classe de gente operosa, senhora de recursos, ambiciosa, mas perseguida, e que podia ser aproveitada, era a dos conversos... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | Chegam os cristãos novos

    A produção historiográfica brasileira mais recente vem dando destaque para a presença e importância dos cristãos novos na vida colonial brasileira e, em especial, no planalto paulista.  Eles chegaram à vila de São Vicente logo nos seus primórdios.  Em seguida acompanhando o movimento da colonização transpuseram a serra pelo Caminho do Mar para criar os primeiros núcleos de povoamento no planalto de Piratininga.   Entre os primeiros povoadores do planalto havia muitos cristãos novos.  Eles passaram a fazer parte do cotidiano, da vida nos tempos coloniais. Segundo José Gonçalves Salvador, “por muito tempo seriam a maioria da população.” (Salvador, 1976, p.... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | A criação da Vila de São Paulo de Piratininga

    Nos primeiros anos a obra foi ampliada. A construção do colégio passou a contar com oito cômodos e uma casa feita de taipa além de uma igreja anexa construída pelos próprios padres da Companhia de Jesus.  Porém, aos poucos, já por volta de 1556, a aldeia começou dar sinais de decadência.  Os indígenas começaram a reagir ao plano de catequese a eles imposto e voltavam a viver entre os seus, retornando aos seus antigos costumes e crenças. Enquanto São Paulo de Piratininga enfrentava o afastamento dos indígenas e outras dificuldades, levando desânimo aos jesuítas, a vizinha Santo André da Borda... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | Entre os jesuítas um santo da Igreja

    O Colégio de São Paulo era administrado pelos jesuítas. Na vizinha Santo André predominava a influência de João Ramalho e seus descendentes mamelucos. Para os jesuítas sua vida causava escândalo, como afirmou José de Anchieta: “Ele e seus filhos andam com irmãs e têm filhos delas, tanto o pai como os filhos.” (In Toledo, 2012, p. 55) Era por vezes considerado como inimigo da Igreja pelos “graves crimes infame e excomungado” e sua família reunida representava males maiores que “a própria peste”. (In Toledo, 2012, p. 80) Os padres, de início, tentaram desviar Ramalho daquilo que chamavam de mau caminho,... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | A fundação do Colégio de São Paulo

    Em fins de 1552, quando o governador geral Tomé de Souza se dispôs a fazer viagem às capitanias do sul, convidou e levou em sua comitiva o provincial dos jesuítas da Bahia. O culto, respeitado e admirado Manoel da Nóbrega. Com o retorno do governador para a Bahia, Nóbrega decidiu permanecer em São Vicente.  De lá foi também atraído pela serra, com vistas ao movimento em direção ao interior. O pe. Manoel da Nóbrega era um missionário.  Queria converter, evangelizar, combater o pecado e corrigir a vida desregrada que encontrou nas povoações do país, enfim, atrair todos para o reino... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | Novas travessias: chegam os jesuítas

    Os primeiros representantes da Igreja Católica que chegaram ao planalto de Piratininga foram os pertencentes à Companhia de Jesus,  conhecidos como jesuítas.  Esta Companhia foi fundada na Europa em 1534 por Inácio de Loyola e reconhecida por bula papal em 1540. O seu propósito principal era fazer frente ao avanço do protestantismo ocorrido após o movimento conhecido como Reforma protestante.  O nome de Companhia coube bem à organização “tanto para lembrar um empreendimento comercial, vocacionado à expansão e conquista dos mercados, nem que seja o mercado de almas, quanto por sugerir uma fraternidade a parte, meio fechada, como uma organização... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | As primeiras vilas no planalto

    A vila de Santo André da Borda do Campo foi elevada a esta condição no dia 8 de abril de 1553.  Estava localizada como diz o próprio nome na borda do campo, ou seja, no ponto em que termina a exuberante vegetação da serra do Mar e começa o descampado.  Na visão do governador geral a nova vila serviria de controle do trânsito pela região em um posto avançado de vigilância. Alguns personagens importantes participaram ativamente da criação da vila.  Um deles, Brás Cubas era tido como o homem mais rico da capitania, que por duas vezes ocuparia o cargo... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | A administração portuguesa: o Governo Geral

    As dificuldades encontradas na implantação das Capitanias Hereditárias levou a Coroa Portuguesa a criar em 1548 o governo geral. Com esta medida buscou centralizar a administração colonial, garantindo maior apoio e assistência aos donatários, promover atividades de interesse da metrópole, principalmente estimular a economia, garantir a arrecadação de impostos e a execução dos monopólios. Assim, o governador-geral deveria viabilizar a criação de novos engenhos, a integração dos indígenas com os centros de colonização, o combate do comércio ilegal, construir embarcações, defender os colonos e realizar a busca por metais preciosos. A administração portuguesa se tornou mais complexa exigindo a criação... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | A administração portuguesa: as Capitanias Hereditárias

    O regime das Capitanias Hereditárias foi instituído por D. João III, rei de Portugal em 1534.  A medida foi tomada buscando ampliar o conhecimento, conquista e colonização de um imenso território. Fonte: http://www.infoescola.com/historia/capitanias-hereditarias/ A sua criação tinha como objetivo povoar, garantir o domínio do território e evitar as invasões de estrangeiros, ou seja, por outros europeus sob a bandeira dos novos Estados emergentes naquele continente.  O sistema consistia em dividir o território brasileiro em grandes faixas e entregar a administração para particulares. As capitanias hereditárias recebiam este nome por serem transmitidas de pai para filho. Foram criadas quinze capitanias entregues... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | João Ramalho, “o pai dos paulistas”

    João Ramalho morador dos campos de Piratininga era considerado,  dentre os homens brancos, “o mais antigo da terra” (Toledo, 2012, p.53) João Ramalho morador dos campos de Piratininga Ele exercia autoridade sobre homens e mulheres, indígenas e brancos europeus. A sua chegada ao Brasil é cheia de mistérios.  Sabe-se que era filho de João Vieira Maldonado e de Catarina Afonso de Balbode, nascido no ano de 1493.  Foi casado em Portugal com Catarina Fernandes, que nunca mais viu depois de sua partida para o Brasil. De lá saiu no ano de 1512 e após um naufrágio de sua nau chegou... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | A caminho do interior

    O propósito de garantir à Coroa Portuguesa o acesso à região sulina e dar continuidade ao reconhecimento da terra tendo como principal foco o interesse pela descoberta de riqueza mineral resultou no avanço para o interior do país. Para atingir este objetivo Martim Afonso organizou uma expedição para subir a serra do Mar, seguindo as trilhas abertas pelos seus habitantes, vencer os seus contrafortes, seguir pela retaguarda da Serra de Paranapiacaba e assim atingir o planalto. Desta forma buscava uma alternativa, por via terrestre, para penetrar o interior do continente em direção às riquezas desejadas.  O objetivo era estabelecer um... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | A chegada dos colonos europeus

    O açúcar, nos dizeres da historiadora Vera Lúcia Amaral Felini, “traz a civilização europeia para as Américas”. (Jornal USP, 2016) Com a sua produção foi necessária a vinda de mão de obra especializada, com experiência no seu cultivo e preparo em outras áreas produtoras. Nau portuguesa século XVI A travessia realizada pelos membros da expedição de Martim Afonso de Souza foi planejada e determinada pelos interesses da Coroa portuguesa e pelo desejo expansionista europeu. Estas novas travessias foram realizadas pelos interesses mercantis, por mercadores e colonos que passaram a trazer consigo mulheres e suas famílias. Em 1537 se tem a... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | Novas travessias: colonos para o açúcar.

    Os esforços realizados por Martim Afonso de Souza alcançaram êxito quando ele ainda se achava no Brasil. Por Carta Régia de setembro de 1532 a Coroa Portuguesa decidiu aplicar a experiência realizada em outras áreas dominadas por Portugal com o sistema das Capitanias Hereditárias.  Por meio dela seria atribuída a iniciativa privada a corresponsabilidade no processo de colonização reservando ao poder central o papel de fiscalização. Martim Afonso e seu irmão Pêro Lopes de Souza foram beneficiados com o novo sistema, recebendo seus lotes de terras no litoral onde tinham se fixado. A expedição de Martim Afonso trouxe consigo as... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | A travessia de Martim Afonso de Souza

    Martim Afonso de Souza A missão de chefiar a expedição colonizadora coube ao jovem Martim Afonso de Souza, íntimo da corte e amigo do rei.  Ele contava com 30 anos.  A sua missão era combater os piratas franceses, conhecer as terras em direção do Rio da Prata, descobrir riquezas minerais e estabelecer núcleos de povoamento no litoral brasileiro. Foi o rei D. João III, “o colonizador”, que tomou a decisão da realização da viagem marítima no ano de 1530.  No entanto, os preparativos foram demorados e somente em dezembro de 1530 aconteceu a partida em Portugal.  A armada de Martim... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte I – Travessias | As travessias

      Grandes travessias são feitas motivadas pelo desejo de aventuras, na busca de melhores condições de vida, por necessidades e desejos pessoais ou coletivos.  Outras vezes, para fugir das guerras, da fome e das perseguições políticas ou religiosas.  Os homens correm atrás de sonhos, movidos por esperanças.  Mas, não tem controle sobre os resultados a serem alcançados. As viagens dos descobrimentos marítimos realizadas no final do século XV e início do século XVI, notadamente pela Espanha e Portugal, revelaram a existência de novos mundos, ampliando os horizontes dos europeus.  Navegar foi preciso assim como se apropriar dos novos territórios e... (Leia Mais)