Parte V | Do Planalto para o Vale do Paraíba
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O denominado “Caminho Velho” foi o primeiro dos caminhos de penetração utilizado para ligar o litoral fluminense ao interior passando pela região do Vale do Paraíba. Foi aberto na segunda metade do século XVI, pelos colonizadores portugueses, aproveitando “trilha dos Guaianás”. Por meio dele teve início a penetração do litoral para o interior a fim de conhecê-lo, garantir sua posse, encontrar metais preciosos, aprisionar índios e combater os franceses e seus aliados. A sua abertura encurtava a distância uma vez que os portugueses que vinham do nordeste e do Rio de Janeiro não precisavam ir até São Vicente para depois... (Leia Mais)
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Estrada Geral ou Caminho Velho dos Paulistas O Caminho Velho dos Paulistas ou Estrada Geral foi o primeiro caminho utilizado pelos paulistas para penetrar e conquistar a região do Vale do Paraíba. Durante o período colonial transformou-se na mais importante via de penetração, povoamento e de colonização da região. Era um caminho senhoriado e frequentado por paulistas. Ele partia de São Paulo, acompanhado o curso do rio Tietê passava pela Penha, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Guararema, atingindo o Vale do Paraíba em Jacareí. Desde então tendo o rio Paraíba do Sul como “uma via de penetração natural” se estendia até... (Leia Mais)
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No movimento de expansão portuguesa pelo interior da capitania de São Vicente os colonos enfrentaram dificuldades para transpor os obstáculos naturais da Serra do Mar e alcançar o planalto de Piratininga. Foi necessário abrir picadas pela mata, encontrar vias de acesso, estabelecer percurso que permitissem transitar por um território desconhecido. Desde então e posteriormente com o crescimento da vila de São Paulo e a afirmação de atividades agrícolas e mercantis a construção e a manutenção dos caminhos se tornaram uma preocupação constante dos paulistas. Na continuidade da expansão colonial, em direção ao Vale do Paraíba foram usadas duas importantes rotas.... (Leia Mais)
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O outro cunhado de Domingos Luis Leme que teve presença importante na colonização da região, especialmente em Guaratinguetá, foi Domingos Velho Cabral. Ele possuía “data de terras” e foi morador do núcleo inicial de Guaratinguetá. Destacou-se como bandeirante e por ter aberto uma vereda ligando o nascente povoado ao Caminho Velho de Paraty, na altura do Facão, hoje cidade de Cunha, entre os anos de 1647 a 1650. A partir de então ligou por via terrestre, a partir de sua sesmaria situada no caminho de Taubaté a Paraty diretamente a Guaratinguetá. O resultado foi que com a nova vereda o... (Leia Mais)
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João do Prado Martins foi casado com Maria Leme de Chaves, irmã de Domingos Luis Leme, em São Paulo no ano de 1635. O cunhado do fundador de Guaratinguetá era filho do sertanista João do Prado, ambos descendentes de povoadores vicentinos. Em 1644 fez petição a Jacques Felix e lhe foi concedido em 20 de julho do mesmo ano “meia légua de terras em Guaratinguetá partindo com Álvaro Rodrigues rio acima, meia légua de testado e de sertão da banda do mar, duas léguas do rumo sudeste com todas as partes que descerem o rio, e dito meia légua de... (Leia Mais)
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A partir das primeiras décadas dos seiscentos várias famílias se deslocaram da vila de São Paulo e de seu entorno, incentivadas pela doação de terras promovido pela administração portuguesa. Entre elas, personagens de destaque nestes primeiro tempos de ocupação e povoamento da região do Vale do Paraíba figuram os membros da família Leme. Não foram poucos e são facilmente reconhecidos pela presença e importância principalmente na área compreendida a partir da vila de Taubaté, em direção NE, até a vila de Guaratinguetá. Brasão da família Leme Os Leme migraram para o Vale do Paraíba junto com os Félix e os... (Leia Mais)
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Como parte integrante do centro de irradiação povoamento de Taubaté, prosseguindo no devassamento para a jusante surgiram dois bairros rurais: o de Tremembé e o de Pindamonhangaba. Pindamonhangaba teve em sua formação a influência da família Leme e de João do Prado Martins, que já estava de posse de sua sesmaria desde 1643. As suas terras estavam situadas ao norte da vila de Taubaté. No dia 12 de agosto de 1672, Antônio Bicudo Leme e seu irmão Brás Esteve Leme deram início a construção da capela em louvor a São José. Nas últimas décadas dos seiscentos, concluída a capela de... (Leia Mais)
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Jaques Félix nasceu em Santos, por volta de 1575. Na vila em que resida seu pai: Jaques Félix, o flamengo. O pai recebia este cognome por ser originário dos países baixos, onde nascera por volta de 1540. De início fixou-se inicialmente na vila de São Vicente. Por volta de 1569 contraiu matrimônio com uma filha de Jerônimo Dias, um dos primeiros povoadores daquelas terras. (Revista ASBRAP, no. 12) Foi comandante da fortaleza de Bertioga, e depois comprou casa na vila de Santos onde morou e nasceram os seus filhos: Jaques Félix, Ascensa Félix e Isabel Félix. Faleceu o flamengo, já... (Leia Mais)
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A colonização do Vale do Paraíba foi impulsionada pela determinação da Condessa de Vimieiro com o objetivo de assegurar a posse das terras da capitania de Itanhaem. Este fato coincidiu com o interesse oficial da Coroa de expandir e dominar seu extenso império colonial. A atribuição de autonomia municipal aos povoados que ali foram se criando remetem a atração pela região e manifestou a preocupação do governo colonial em fazer ocupá-la efetivamente e nela instalar órgãos locais de poder. A ocupação regional se realizou obedecendo a interesses estratégicos manifestado na concessão de sesmarias e no reconhecimento dos seus donatários por... (Leia Mais)
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Na continuidade da organização da região do Vale do Paraíba, partindo de Taubaté, em direção oposta a de Guaratinguetá, às margens do Caminho Velho dos Paulistas, em terreno que compõe a grande vargem da região, sob a influência do movimento da irradiação e influência da vila de Mogi das Cruzes iniciou-se um povoado em 1652 que seria levado a vila em 2 de novembro 1653. A nova vila recebeu o nome de Nossa Senhora da Conceição do Paraíba de Jacareí. Passou a ser o primeiro centro urbano na rota de penetração, a partir da vila de São Paulo, para o... (Leia Mais)
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Em setembro de 1650 Dionísio da Costa, capitão mor e Ouvidor da Capitania de Itanhaem estando na vila de Taubaté atendeu a petição de Domingos Velho Cabral, “morador de Guaratinguetá” pra fazer a ratificação de data de terras obtida anteriormente concedendo a ele “de novamente” aquelas terras. (Freitas, 2005, 2). Tratava-se de uma carta de Sesmaria emitida por volta de 1647 pela qual Domingos Velho Cabral recebeu de Dionísio da Costa que estava no governo da capitania de Itanhaem uma carta de Sesmaria. Como “observa Sérgio Buarque de Holanda que na petição de Domingos Velho Cabral mais de um dado... (Leia Mais)
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A vila de Taubaté O esforço pela colonização ganharia contornos mais claros a partir da década seguinte à obtenção das terras na região. A 20 de Janeiro de 1636, Jaques Félix recebeu uma nova provisão do capitão mor Francisco da Rocha para iniciar a fundação de Taubaté . Três anos mais tarde, em 20 de janeiro de 1639 recebia novas instruções sobre a fundação da povoação, completadas pela provisão de outubro de 1639, nas quais confirmavam a intenção manifestada na provisão anterior por um despacho do capitão mor Vasco da Mota , em nome da condessa de Vimieiro , D.... (Leia Mais)
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Até a segunda década dos seiscentos a penetração realizada pelos colonizadores pelo Vale do Paraíba ocorreu por intermédio de iniciativa dos representantes da metrópole. A partir de então a penetração, conquista, povoamento tomaram caráter oficial, obedecendo a determinações emanadas pelas autoridades que detinham o poder na capitania de Itanhaem. Foram motivadas pelo interesse em garantir a posse das terras que passaram a pertencer à nova capitania e ao mesmo tempo explorar todo o território que poderiam render vantagens econômicas e dar continuidade ao processo de colonização portuguesa pelo interior do país. Ou seja, a conquista da região se intensificou quando... (Leia Mais)
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No início dos seiscentos um novo fato favoreceu o processo de exploração, conquista e colonização do Vale do Paraíba, a controversa disputa pela posse da capitania de São Vicente. Na divisão das capitanias hereditária coube a Martim Afonso de Souza a Capitania de São Vicente com as doações do primeiro e segundo lote. Ao seu irmão Pero Lopes de Souza o rei D. João III doou dez léguas de costa e sertão, situado entre a barra de Bertioga e o rio Curupacê, formando uma outra capitania, a de Santo Amaro, localizada entre os dois lotes de Martim Afonso. Pero Lopes... (Leia Mais)
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A vila de São Paulo na primeira metade do século XVII se transformou em posto avançado da colonização portuguesa e deu continuidade ao movimento de expansão europeia nesta parte do território brasileiro. A partir desta vila, favorecida pela sua posição geográfica, a expansão paulista se fez por três passagens que seguindo as linhas do relevo condicionaram os rumos na penetração para o interior do país. Eram três principais: a passagem em direção ao sul e sudoeste, via Sorocaba e Itapetininga; a passagem para o norte, por Campinas e Mogi Mirim, em direção a Minas Gerais e Goiás; e, a passagem... (Leia Mais)