Parte VI | Vale do Paraíba – a construção da paisagem
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– BORNAL, M. G. Sítio Light – reconhecimento arqueológico – Relatório final. Jacareí. – CALDARELLI, Solange Bezerra. A ocupação indígena do Vale do Paraíba, do Período Pré-Colonial ao contato com o homem branco. In Arqueologia do Vale do Paraíba, 2003, p.210-212. – CAMARGO, Conceição Borges; CAMARGO, Vicente de. Escavações Arqueológicas de Aparecida. In Sodero Toledo, F., Em Busca das Raízes. Aparecida: Ed. Santuário, 1988, p. – CARDOSO, Maria Francisca Thereza C. Organização e Reorganização do Espaço no Vale do Paraíba do Sul. Uma análise Geográfica até 1940. Revista Brasileira de Geografia, Vol. 53, no 1, p. 81-135, jan./Marc., 1991. –... (Leia Mais)
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Os caminhos coloniais permitiram a penetração na região, estimularam o povoamento e a busca das riquezas materiais. Foram instrumentos da conquista portuguesa. Ao cruzarem o Vale do Paraíba, em direção ao interior e ao litoral, transformaram essa região em “lugar de passagem”. Com isso aliviaram a possibilidade de isolamento de seus habitantes e permitiram o contato constante com outros lugares. Ao longo dos caminhos foram se estabelecendo roças, pousos, capelas e povoados, marcando os traços característicos do cenário regional. Capela e Residência de Nossa Senhora da Escada: município de Guararema. Construída em 1652, ao longo do Caminho Velho dos Paulistas,... (Leia Mais)
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O colonizador que adentrou o Vale do Paraíba procurava garantir a posse , o domínio do território e a exploração de suas riquezas. Para os colonos europeus significava assegurar a própria sobrevivência e a busca de novas formas de melhorar as condições de vida. Para tanto foi preciso se adaptar às condições impostas pela natureza, desenvolver formas de produzir cultura. Era o meio de que se valia para de participar do processo de colonização e inserir na região a sociedade nascente na civilização europeia. Toda a ordem por eles imaginada tendia a ignorar o outro, parcela considerável dos habitantes encontrados... (Leia Mais)
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Os Puris e os Coroados tinham muita semelhança entre si, faziam parte do grupo Jê oriental. Eles foram encontrados pelos colonos, assim como os Maromimis e Termimimós, pela margem esquerda do território paulista até o baixo Vale do Paraíba. Os Puris atingiam ainda os territórios do Espírito Santo e Minas Gerais. No Vale do Paraíba Paulista permaneceram até o início do século XIX quando no ano de 1800 foram reunidos no aldeamento de São João Batista de Queluz que deu origem a cidade do mesmo nome. A partir de então começou um rápido processo de destruição de sua cultura e... (Leia Mais)
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A partir da visão europeia as populações indígenas foram reunidas em dois grupos, a partir das similaridades linguísticas e culturais, denominadas de Tupi e Tapuias. Os Tupis foram descritos de forma relativamente extensa e precisa, como os Guaianás, os Tamoios e os Tupinambás. Os do tronco Tapuias ao contrário dispostos no sertão, em oposição ao litoral, eram considerados bárbaros povos de “língua travada” e, principalmente inimigos diretos dos interesses práticos dos agentes colonizadores da Coroa. Os do tronco Jê se destacaram os Puris e Coroados. São muitos os historiadores que buscam reconstituir da história dos diferentes povos indígenas. Entre eles... (Leia Mais)
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O desconhecimento do outro A imagem dos indígenas foi construída à sombra da cultura do colonizador. As características observadas no contato com os diversos grupos indígenas que habitavam o Vale do Paraíba fizeram com que os europeus adotassem a prática de rotular estas populações por meio da criação de etnônimos. Atribuição esta “fruto de uma incompreensão total da dinâmica étnica e política dos ameríndios” (Viveiro de Castro, apud Lopes, 2014, p.11) Enfim, do desconhecimento e da visão preconceituosa do outro. O ato de “nomear pessoas” nos séculos iniciais da colonização estava, antes de tudo, enraizada na ideia de uma... (Leia Mais)
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Eles foram constituídos por populações falantes de língua do tronco linguístico Tupi e mais precisamente aquelas associadas ao grupo Tupinambá. Vestígios dessa população foram encontrados em grande porção da região e mais especificamente no sítio Santa Marina em Jacareí e estudada pelo antropólogo Marcel Lopes tomando como base o conjunto de artefatos cerâmico e lítico. Para ele, o sítio de Santa Marina faz parte da composição e funcionamento de um amplo e complexo sistema constituído por unidades menores (aldeias), “unidas entre si por laços de parentesco e pelos interesses comuns que eles pressupunham, na relação com a natureza, na preservação... (Leia Mais)
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A presença de grupos ligados à tradição Itararé- Taquara foi encontrada no sítio Carcará em São José dos Campos e no sítio do Topo em Guararema. Segundo Marcel Lopes essa tradição foi caracterizada por conter vasilhames pequenos e finos com forma crônica e cilíndricas, geralmente sem decoração e com cores que variavam entre marrom escuro , cinza e preta e presença de casas subterrâneas, dentre outros aspectos. (Lopes, 2014, 61) Segundo ele a “a tradição Tupi-guarani é caracterizada pela presença de cerâmica policroma (vermelho ou preto sobre engobo branco e/ou vermelho), com acabamento corrugado e escovado, além dos enterramentos secundários... (Leia Mais)
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No período pré-colonial Pesquisas arqueológicas tem revelado que a ocupação do Vale do Paraíba por povos no período anterior à chegado do homem branco europeu foi realizada em tempos históricos diferentes por povos que apresentaram formas de organização social distintas. As descobertas revelaram a presença de grupos associados às tradições arqueológicas Umbu, Aratu, Itararé- Taquara e Tupinambás. O termo tradição é empregado pelos arqueólogos como o conjunto de elementos culturais associados e relacionados no tempo e no espaço em um ou mais sítio. Essa divisão não tem relação direta com os grupos linguísticos, porque não se tem conhecimento sobre as... (Leia Mais)
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O clima da região, na maior parte de sua extensão, é considerado subtropical quente, a temperatura média anual é maior que 21º C e a média anual de umidade relativa do ar superior a 70%. Ele se caracteriza por um período seco no outono/inverno e outro chuvosos na primavera/verão. A vegetação também é variada e caracterizada pela perda das folhas nas épocas de clima seco. A porção do vale médio superior constitui um importante corredor natural que influenciou na penetração, movimentação e fixação de diversos grupos populacionais desde as suas origens. Razão pela qual a região se apresentou e mantém... (Leia Mais)
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O Rio Paraíba do Sul que empresta o nome à região tem um percurso peculiar. Nasce na Serra da Bocaina, próximo ao pico Boa Vista com seus 1.800 metros de altitude. No seu início corre manso pelo planalto da Bocaina e do Paraitinga que lhe dá o nome. Corre em direção NE-SW encontrando com as águas do rio Paraibuna. A partir de então, passa a receber o nome de Paraíba do Sul. Prossegue nessa direção até atingir as montanhas de Guararema, onde encontra os degraus que unem a cordilheira das serras do Mar e da Mantiqueira, que formam obstáculo... (Leia Mais)
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A partir de Cachoeira Paulista começa o vale médio inferior que se prolonga até a cidade fluminense de São Fidélis. Na porção em território paulista o relevo é constituído por “terrenos cristalinos, bastante trabalhados por erosão epicíclica” (Muller, 1969, 228) onde se distinguem a área da “soleira” e a das “garupas”. A “área da soleira”, embora com altitudes modestas que variam entre 630 a 680 m. separa a bacia de Taubaté e a de Resende. O rio Paraíba tem aí a sua “passagem heróica”. Essa característica geográfica impede a constituição de “um espaço contínuo” (Cardoso, 1991, p.99) e, com efeito,... (Leia Mais)
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O Vale do Paraíba é uma extensa depressão que se estende paralela ao litoral brasileiro dele se afastando em média de 60 km., oscilando entre 40 a 100 km. Apresenta como característica principal a presença marcante do Rio Paraíba do Sul ladeado ao norte pelas serras da Mantiqueira e por outro lado, ao sul, pelo relevo montanhoso da serra do Mar. Está situado no centro-sul brasileiro, a leste do Estado de São Paulo. A serra da Mantiqueira se apresenta como uma expressiva escarpa com grandes desníveis. Nela se destaca, pela sua altitude: a garganta de Embaú (1186m), a passagem Piquete-... (Leia Mais)