#tempodemovimento | Parte V – Do Planalto para o Vale do Paraíba | Impulso a colonização: a questão Monsanto e Vimieiro

No início dos seiscentos um novo fato favoreceu o processo de exploração, conquista e colonização do Vale do Paraíba, a controversa disputa pela posse da capitania de São Vicente.

Na divisão das capitanias hereditária coube a Martim Afonso de Souza a Capitania de São Vicente com as doações do primeiro e segundo lote.   Ao seu irmão Pero Lopes de Souza o rei D. João III doou dez léguas de costa e sertão, situado entre a barra de Bertioga e o rio Curupacê, formando uma outra capitania, a de Santo Amaro, localizada entre os dois lotes de Martim Afonso.

Pero Lopes de Souza, filho do donatário Martim Afonso de Souza e herdeiro da capitania de São Vicente, após sua morte na África em 1611 cedeu todos os seus direitos sobre a capitania de São Vicente a sua filha Dona Maria de Souza Guerra casada com D. Francisco de Faro, Conde de Vimeiro.  Assim a Condessa de Vimieiro tornou-se herdeira e donatária das cem léguas de terras e o foral da capitania de São Vicente.  O ato foi confirmado pelo rei D. Felipe em 22 de outubro de 1621 e a posse ocorreu no ano de 1623 por intermédio de seu procurador João de Moura Fogaça.

Por este tempo o Conde de Monsanto, donatário da Capitania de Santo Amaro, reivindicou para si as vilas de São Vicente, Santos, São Paulo e Mogi das Cruzes.  Teve início o litígio entre o Conde Monsanto e a Condessa de Vimieiro que seria decidido em 1620 com ganho de causa para o Conde de Monsanto que ficou com as vilas pretendidas e o título da capitania de São Vicente. Nesta nova divisão reunia sob o seu domínio a primeira doação de terras feitas a Martim Afonso, a primitiva capitania de São Vicente, e as terras da capitania de Santo Amaro.

A Condessa de Vimieiro ficou, a partir de então, com a outra parte que compunha a capitania de São Vicente, uma extensa área de litoral que se estendia de São Sebastião até Cabo Frio e as terras do Vale do Paraíba.  Para vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaem transferiu o título e a categoria de sede da donataria sob a denominação de Capitania de Itanhaem.        Temendo a perda de novas terras a Condessa de Vimieiro ordenou o povoamento oficial do interior da capitania com a distribuição de terras, registro e posse de sesmaria nas terras e sertões do Rio Paraíba.  Além de garantir a posse era de seu interesse fazer ligação com o litoral onde ficava outra parte de suas terras.

 

Mariana de Souza Guerra, a Condessa de Vimieiro.

 

A partir da década de vinte o Vale do Paraíba que teve sua exploração iniciada no movimento de expansão paulista ganhou novo impulso com medidas voltadas para a sua conquista e povoamento.

 

Para saber mais:

– História de Itanhaém – fundação. Disponível em:

https://www.verdadeestampada.com/2017/06/historia-de-itanhaem-fundacao-de-itanhaem.html