Os esforços realizados por Martim Afonso de Souza alcançaram êxito quando ele ainda se achava no Brasil.
Por Carta Régia de setembro de 1532 a Coroa Portuguesa decidiu aplicar a experiência realizada em outras áreas dominadas por Portugal com o sistema das Capitanias Hereditárias. Por meio dela seria atribuída a iniciativa privada a corresponsabilidade no processo de colonização reservando ao poder central o papel de fiscalização. Martim Afonso e seu irmão Pêro Lopes de Souza foram beneficiados com o novo sistema, recebendo seus lotes de terras no litoral onde tinham se fixado.
A expedição de Martim Afonso trouxe consigo as primeiras mudas de cana de açúcar que se aclimataram com facilidade. Tinha início a cultura deste valioso produto na época e a instalação dos engenhos para a manufatura do açúcar. O empreendimento teve sucesso. Ao seu lado desenvolveram algumas atividades consideradas complementares, como a pequena agricultura e a pecuária. As primeiras cabeças de gado que chegarem ao local foram trazidas do arquipélago de Cabo Verde, em 1534. A dedicação a estas atividades proporcionou o enriquecimento de alguns colonos e serviu de motivação para a entrada de novos imigrantes.
Com a criação dos engenhos foram lançadas as condições para a fixação e as bases econômicas no novo território. Em 1532 foi estabelecido o Engenho da Madre de Deus, fundado por Pero Goes. No ano seguinte o Engenho de São João por José de Adorno.
No entanto, dois anos depois foi criado um dos mais importantes engenhos de São Vicente. A iniciativa para sua criação partiu de Martim Afonso de Souza, que mesmo não estando mais no Brasil juntamente com seu irmão Pero Lopes de Souza celebraram contrato e firmaram sociedade com o flamengo Johan Van Hielit, conhecido por João Veniste, Francisco Lobo e o piloto-mor Vicente Gonçalves para levantarem engenho na Capitania de São Vicente. No ano de 1534 ele ficou pronto e passou a funcionar com o nome de Engenho do Governador e depois com o nome de Engenho dos Armadores do Trato. Em 1540 ele foi adquirido pelo alemão Erasmus Schetz, grande mercador, banqueiro, radicado em Antuérpia de onde desenvolvia suas atividades comerciais com as mais importantes praças comerciais da Europa..A partir de então o açúcar produzido em São Vicente ficava sob o seu controle comercial. O engenho passou a ser denominado Engenho São Jorge dos Erasmos, funcionando com estreita ligação com Antuérpia.
Calcula-se que em 1557 já existiam 12 engenhos na vila. Ao seu lado foram desenvolvidas outras atividades, como a pequena agricultura e a pecuária. O dinamismo alcançado pela incipiente economia passou a motivar a entrada de novos colonos europeus, resultando em novas travessias.
Para saber mais:
– sobre o Engenho dos Erasmos: http://www.engenho.prceu.usp.br/tag/historia/
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