#tempodemovimento | Parte I – Travessias | A administração portuguesa: o Governo Geral

As dificuldades encontradas na implantação das Capitanias Hereditárias levou a Coroa Portuguesa a criar em 1548 o governo geral.

Com esta medida buscou centralizar a administração colonial, garantindo maior apoio e assistência aos donatários, promover atividades de interesse da metrópole, principalmente estimular a economia, garantir a arrecadação de impostos e a execução dos monopólios. Assim, o governador-geral deveria viabilizar a criação de novos engenhos, a integração dos indígenas com os centros de colonização, o combate do comércio ilegal, construir embarcações, defender os colonos e realizar a busca por metais preciosos.

A administração portuguesa se tornou mais complexa exigindo a criação de novos cargos administrativos. Entre eles o ouvidor-mor, o funcionário responsável pela resolução de todos os problemas de natureza judiciária e o cumprimento das leis vigentes. O chamado provedor-mor estabelecia os seus trabalhos na organização dos gastos administrativos e na arrecadação dos impostos cobrados. Além destas autoridades havia o capitão-mor que desenvolvia ações militares de defesa que estavam, principalmente, ligadas ao combate dos invasores estrangeiros e ao ataque dos nativos.

O primeiro governador geral, Tomé de Souza (1549- 1553), chegou em 29 de março na Baía de Todos os Santos, acompanhado de uma expedição de cerca de 1.000 homens. Ele formou a primeira cidade do Brasil, Salvador, que acabou se tornando a capital do país por sua estratégica posição geográfica entre o sul e o norte do país.

mapa de salvador no século XVII
Salvador, sede do Governo Geral, no século XVII

Para melhor conhecer o território, o governador geral Tomé de Souza em 1552 realizou uma viagem de inspeção às capitanias do sul. Chegou a São Vicente em fevereiro de 1553. Ali estranhou que houvesse duas vilas, São Vicente e Santos, tão próximas uma da outra. Porém, não quis alterar a situação para não desfazer o feito do primo Martim Afonso de Souza.
Durante o mês de abril, demonstrando interesse pelo interior subiu ao planalto de Piratininga. Ia impor a presença do Estado e dar um mínimo de organização à região. Na sua estadia, entre várias iniciativas, tomou duas importantes medidas: a fundação da vila de Santo André da Borda do Campo e a proibição do trânsito entre São Vicente e o Paraguai.
A vila de Santo André se transformou-se em posto avançado no planalto. O caminho era fechado com o propósito de bloquear o contato entre os vicentinos e os moradores de Assunção no Paraguai, pois se temia que aquele intercâmbio gerasse prejuízos para os planos portugueses de controlar a região e atrapalhasse o movimento em busca das riquezas pelo interior do continente.
Com as novas iniciativas realizadas resultando no movimento para o interior foi possível reunir a gente espalhada pelo campo, na região situada acima da serra do Mar, distintas das terras do litoral, cobertas de arvoredos muito altos quando aqui chegaram. Ali havia um grande descampado que se seguia a mata densa da serra de Paranapiacaba, nome indígena para a Serra do Mar.

Para saber mais:
O Governo Geral: https://www.youtube.com/watch?v=DDa40iwW3Kg