#tempodemovimento | Parte V – Do Planalto para o Vale do Paraíba | A família Velho Cabral

O outro cunhado de Domingos Luis Leme que teve presença importante na colonização da região, especialmente em Guaratinguetá, foi Domingos Velho Cabral.

Ele possuía “data de terras” e foi morador do núcleo inicial de Guaratinguetá.  Destacou-se como bandeirante e por ter aberto uma vereda ligando o nascente povoado ao Caminho Velho de Paraty, na altura do Facão, hoje cidade de Cunha, entre os anos de 1647 a 1650.  A partir de então ligou por via terrestre, a partir de sua sesmaria situada no caminho de Taubaté a Paraty diretamente a Guaratinguetá.  O resultado foi que com a nova vereda o novo povoado passou a ser mais frequentado e “a abertura do caminho e as facilidades de comunicação com Paraty e o Rio de Janeiro justificando o rápido  crescimento do núcleo de Guaratinguetá, que não precisou esperar dez anos, depois de criada Taubaté para receber as insígnias de vila. (Freitas, 2005, p.5)

Ele era de família eminente, oriunda de São Vicente.  O seu pai, o capitão Manuel da Costa Cabral “nasceu por volta de 1592, ignora-se onde e casou, pela primeira vez, cerca de 1618 na vila de Mogi das Cruzes com Francisca Cardoso, nascida em 1598”  (Bogaciovas, 2015, p.436).  Ela era filha de Gaspar Vaz, um dos fundadores de Mogi das Cruzes.  Por desconhecimento de sua origem pesa a suspeita de ser cristão novo.  De Mogi das Cruzes mudou-se para Taubaté se tornando um dos mais importantes nomes da colonização da região.  Era possuidor de terras nas duas vilas.

Entre os numerosos filhos deste casal destaca-se o primogênito e homônimo do pai, Manuel da Costa Cabral, nascido em São Paulo por volta de 1628 e faleceu em Taubaté em 1709.  Foi casado com Ana Ribeiro de Alvarenga em São Paulo no ano de 1666.  Entre seus descendentes, o neto, Francisco Barreto Leme é considerado como o fundador da cidade de Campinas.  Mudando para Taubaté tornou-se fazendeiro abastado e é considerado com o fundador do bairro de Tremembé, em terras de sua fazenda, no ano de 1660.  Em 1672 residindo no Vale do Paraíba recebeu autorização para a construção da capela dedicada ao Sr. Bom Jesús, em Tremembé que logo viria a tornar-se um centro de peregrinação.  Durante a sua vida acumulou riquezas e veio a falecer em Taubaté em 1716.

Outras duas filhas do velho Cabral e de Francisca Cardoso foram Francisca Romeiro Velho Cabral casada com Antônio Bicudo Leme, “o via sacra”, filho de Brás Leme e de Margarida Bicudo de Brito, e, Ana Cabral casada em 1638 em São Paulo com o fundador de Guaratinguetá, Domingos Luis Leme.  Com isto iam se estreitando os laços que uniam as duas famílias.

 

Outras importantes famílias

Com os incentivos governamentais e as condições favoráveis da região foram adentrando novos moradores que acabaram se unindo pelos matrimônios e pelo um cotidiano inescapável.   “Entre eles figuram Antonio Bicudo e seus filhos: Fernando Bicudo de Brito e Domingos Bicudo de Brito; Antônio Afonso e seus filhos; Luiz Álvares Correa; Diogo Barbosa do Rêgo que fora bandeirante e vereador em São Paulo, sua esposa, Branca Raposo, era filha do famoso e temido bandeirante  Antônio Raposo,  e seus filhos; Francisco Vaz e sua mulher e sua mulher Catarina de Távora; e, Álvaro Rodrigues. (Barbosa, 2008,22).

 

Para saber mais:

– Domingos Velho Cabral e a Vila de Guaratinguetá.  Álvaro C. Freitas.