#tempodemovimento | Parte III – A Vila de São Paulo e a expansão paulista | A expansão paulista

No ano em que teve fim o período da União Ibérica (1580-1640), a vila de São Paulo já se constituía um posto avançado da colonização portuguesa e havia se transformada em polo para a continuidade do movimento de expansão europeia nesta parte do território brasileiro.

A partir da criação da vila de São Vicente em 1532 ocorreu a expansão pelo litoral com a criação das vilas de Santos (1545), Nossa Senhora da Conceição de Itanhaem (1561), Nossa Senhora das Neves de Iguape (1577), São João Batista de Cananéia (1600), São Sebastião (1636) e Exaltação da Santa Cruz do Salvador de Ubatuba  (1637).

Em direção do interior, “serra acima”, com a criação da vila de São Paulo de Piratininga em 1560 e atuação dos bandeirantes paulistas ocorreu o movimento de expansão para o interior e a criação das vilas de Mogi das Cruzes em 1611 e de Santana de Paranaíba em 1625.  Mais tarde foram fundadas as vilas de Jundiaí em 1655, Itu em 1656 e Sorocaba em 1661. Santana da Parnaíba, Sorocaba e Itu formavam um triângulo, em cujo centro se encontrava as glebas do poderoso e rico Pedro Vaz de Barros, casado com Luzia Leme.

 

Primeiras vilas, aldeias e capelas rurais do planalto paulista (século XVI e XVII). Fonte: skyscrapercity.com

Por outra direção, penetrando o Vale do Paraíba, foram fundadas as vilas de São Francisco das Chagas de Taubaté em 1645, de Santo Antônio de Guaratinguetá em 1651 e de Nossa Senhora da Conceição de Jacareí em 1653.

Como afirmou Eduardo Bueno: “Em apenas três décadas, as primeiras do século XVII, os bandeirantes e seus mamelucos podem ter mantido ou escravizado cerca de 500 mil índios, destruídos mais de 50 reduções jesuítas na região do Guairá, do Itatim e do Tape. Desafiaram as leis e os reis de Portugal e da Espanha. Blasfemaram contra Roma, foram excomungados pelo Papa. Ainda assim ignorariam as ameaças e só foram contidos pelas forças das armas. Transformaram sua capital, São Paulo, num dos maiores centros de escravismo indígena de todo o continente. Mas, por um tempo, fizeram dela cidade sem lei, reino de terror, ganância e miséria. E também o polo a partir do qual todo o sul do Brasil pôde, enfim, crescer, desenvolver-se e endinheirar.”  (Bueno  )

O movimento de expansão dos paulistas seria contido, no século seguinte, pela guerra: a guerra dos emboabas!