A partir do final do século XVI a vila de São Paulo, além dos jesuítas, passou a receber outras ordens religiosas. A construção de suas respectivas igrejas trouxe novidades e alterações no cenário e no seu cotidiano.
A primeira a chegar foi a Ordem do Carmo. Data de 1592 a autorização para edificar seu convento e igreja que ficaram prontos em 1594.
Os Beneditinos vieram em seguida, no ano de 1598. A eles a Câmara da Vila de São Paulo concedeu uma área próxima ao Colégio de São Paulo onde edificaram uma humilde capela que mais tarde deu origem ao Mosteiro de São Bento.
Décadas depois, em 1640, chegaram os franciscanos que se instalaram na praça Patriarca e depois no largo que recebeu o nome de largo de São Francisco.
As novas ordens eram formadas por reduzido grupos encarregados de dar início à missão. No seu início providenciaram a construção das primeiras edificações, e, em especial, as suas igrejas. Eram edifícios simples, pobres, construídas de forma precária. Ocupavam posição de destaque na colina em que se assentava a vila, passando desde cedo a ser tomadas como ponto de referência. Com o tempo foram sofrendo modificações e exercendo influência no desenho e na vida da vila.
A ocupação do centro da vila pelas igrejas católicas ficaria completa em 1612 quando se deu por concluída a construção da igreja matriz, praticamente unindo as demais e modificando a sua fisionomia. A partir de então “vila de São Paulo já não teria o aspecto de aldeia de bugre ou arraial africano… Com suas ruas estreitas, seus conventos e seus habitantes mamelucos, de pele acinzentada, daria a impressão, a um visitante da Europa, o mesmo a quem chegasse de uma vila do litoral brasileiro, de uma pequena localidade hindu, edificada no alto das montanhas.” (Toledo, 2012, p.132)
A localidade, ao longo do primeiro século de sua fundação, era desclericada. Só teve vigário em 1591. A partir de então a Capitania de São Vicente passou a contar com quatro vigarias localizadas em São Vicente, Santos, Itanhaem e em São Paulo.
Para saber mais:
– A presença dos monges beneditinos na São Paulo Colonial (1598- 1792). In:
https://revistas.pucsp.br/index.php/reveleteo/article/view/6752/4883