Parte IV | Manifestações artísticas e religiosas

  • #tempodemovimento | Parte IV – Manifestações artísticas e religiosas | Referências

    – Bibliográficas: – BOGACIOVAS, Marcelo Meira Amaral.  Cristãos Novos em São Paulo (séculos XVI-XIX): assimilação e nobilitação.   São Paulo: ASBRAP, 2015. – FALBEL, Nachman.  Sobre a presença dos cristãos novos na Capitania de São Vicente e formação da etnia paulista.  Revista USP, São Paulo, n 41, p. 112-119, março/maio 1999. – NOVINSKY, Anita (et al).  Os judeus que construíram o Brasil: fontes inéditas para uma nova visão da história.  São Paulo: Planeta do Brasil, 2015. – HOORNAERT, Eduardo.  Formação do Catolicismo Brasileiro.  1550-1800. Petrópolis, Editora Vozes, 1974 – SALVADOR, José Gonçalves. Cristãos Novos, Jesuítas e Inquisição.  São Paulo: Livraria Pioneira... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte IV – Manifestações artísticas e religiosas | O catolicismo festivo

    Havia na vila de São Paulo, como em toda colônia, as festas religiosas. Por seu intermédio os habitantes das vilas e povoado representavam o que pensavam sobre seus santos de devoção.  Além do que serviam para marcar o calendário e as tradições locais. Entre elas três festas eram obrigatórias: a de Corpus Christie, a de Nossa Senhora e a do anjo da guarda, todas realizadas no meio do ano, entre os meses de junho e julho.  Cabia à Câmara Municipal zelar pelo brilhantismo das festividades e ao povo a obrigação de participar de sua organização e comparecer, além de colaborar... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte IV – Manifestações artísticas e religiosas | Poder econômico e doações aos santos

    Com a fundação das capelas desenvolveu-se a prática de vincular a elas bens de raiz. Assim foi feito em 1618 pelo casal Manuel Preto e Águeda Rodrigues em capela construída com a invocação de Nossa Senhora da Esperança, localizada no sítio do Jaraguá.  “Vinculavam a essa capela o sítio com suas casas e quintais e todas as benfeitorias, um moinho com mais de meia légua de terras de matas maninhas, “uma dúzia de serviços”, 24 vacas e um touro… de hoje até o fim do mundo”.  (Silva, 2009, p. 83) Em Santana de Parnaíba Guilherme Pompeu de Almeida fundou a... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte IV – Manifestações artísticas e religiosas | A fundação de capelas

    No cotidiano, ser ou aparentar ser católico era um valor introjetado na vida das pessoas. Ele se manifestava em forma de gestos, participação em orações, festejos religiosos e adoração dos santos. Para expressar publicamente a veneração aos santos de suas preferências, dar maior visibilidade à adesão ao catolicismo e ainda para firmar prestígio no bairro rural os grandes proprietários e produtores passaram a fundar capelas. Assim foram levantadas as capelas de Nossa Senhora da Luz por Domingos Luís, o Carvoeiro, em data anterior a 1603; a de Nossa Senhora do Ó pelo bandeirante Manuel Preto, na freguesia do mesmo nome,... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte IV – Manifestações artísticas e religiosas | O culto aos santos

    Na vila de São Paulo e seus arredores, como em todo Brasil colonial, tornou-se comum o culto das imagens dos santos, tanto no âmbito familiar como no coletivo. Tais imagens podiam ser encontradas nas casas, no interior das capelas e das igrejas como também à beira das estradas e em locais preservados para a devoção popular.  As rezas e cultos às imagens dos santos de devoção podiam se estender além do núcleo familiar e abranger também os indígenas e agregados. O culto às imagens, no imaginário paulista, possibilitava o acesso aos céus por intermédio dos santos de devoção.  As práticas... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte IV – Manifestações artísticas e religiosas | O catolicismo paulista

    O catolicismo praticado no planalto paulista foi fruto da miscigenação e das condições de vida dos primeiros povoadores. Como resultado teve início o despertar de uma religião híbrida e popular, influenciada por diversos grupos humanos formadores da sociedade paulista, apresentando peculiaridades próprias que a distinguem do catolicismo rígido e dogmático praticado no reino português. Um catolicismo que se desenvolveu com feições próprias, diferentes em muitos aspectos daquele praticado na região açucareira e demais regiões da colônia brasileira.  Era portador de características que o identificavam como ser predominantemente laico, voltado para o culto dos santos e fundação de capelas, de caráter... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte IV – Manifestações artísticas e religiosas | A presença dos cristãos novos no imaginário religioso paulista

    Ao serem lançadas as bases de ocupação da região houve a fixação dos portugueses, cristão velhos e cristãos novos.  Por iniciativa de Martim Afonso de Souza foram montados os primeiros engenhos, a criação do gado, contando, quase sempre, com “judeus industriosos, fugidos à fúria religiosa da metrópole e de operários de São Tomé e Madeira, conhecedores do processo.” (Caio Prado Júnior, apud Novinsky, 2015, p. 88) Dentre as unidades produtoras se destacou o Engenho “dos Erasmos”, adquirido pela família Schetz de Antuérpia. Este engenho de São Vicente “foi o primeiro lugar do Brasil onde se praticou a religião judaica. O... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte IV – Manifestações artísticas e religiosas | A religiosidade dos paulistas

    A religiosidade paulista foi influenciada pelos influxos de heranças culturais indígenas, de brancos europeus cristãos velhos e cristão novos,  exteriorizando crenças e práticas originais, assumindo características próprias no contexto da cultura emergente no planalto de Piratininga.  Resultou no aparecimento de um catolicismo híbrido, familiar, de caráter privado e fortemente influenciado pela presença e atuação das mulheres. O catolicismo, de início, foi influenciado pela herança cultural indígena.  Povos que entraram na sua composição ética por intermédio da relação de suas mulheres com os homens brancos e de seus descendentes, os mamelucos, que tiveram significativa presença e atuação na formação e desenvolvimento... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte IV – Manifestações artísticas e religiosas | O temor a Deus

    No planalto paulista se desenvolveu uma civilização voltada para a aventura e devoção. Os habitantes da vila de São Paulo, de acordo com os testamentos da época, eram “um povo temente aos céus, e capaz de manifestações tremendas para conseguir seus favores.” (Toledo, 2012, p.158).  Documentos de época mostram as invocações constantes dos anjos, santos e de Nossa Senhora.  Registra-se também a invocação das 11 mil virgens, do anjo da guarda, do santo do nome do testador e dos arcanjos.  No imaginário de seus habitantes era notório o medo da morte. Por isto seguiam os preceitos católicos na esperança de... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte IV – Manifestações artísticas e religiosas | O barroco paulista

    A vila de Santana da Parnaíba foi influenciada pelo pioneirismo, a originalidade da cultura do planalto paulista manifestada desde a sua formação no século XVI. Favorecida pelas condições materiais, pela presença e colaboração de diferentes grupos sociais que para lá deslocaram, aliado à manifestação da fé cristã, pelo levantamento de capelas, instalação do convento beneditino,  a vila logo se tornou um importante centro religioso e de atividade artística. Ali se desenvolveu a arte com a formação de “uma autêntica escola de tradições que construíram a identidade brasileira” ( Schunk, 2013, p.36) Logo de início se destacou o trabalho com a... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte IV – Manifestações artísticas e religiosas | A expansão para o oeste

    Em 1580, o vereador da vila de São Paulo, Manoel Fernandes Ramos recebeu uma sesmaria nas terras da Parnaíba, que significa “lugar de muitas ilhas”. Nela organizou a sua fazenda e construiu uma capela em louvor a Santo Antônio.  Esta data é reconhecida como o da fundação do povoado de Parnaíba. Manoel Fernandes era português e se casou com Suzana Dias, filha de Lopo Dias, que havia se amasiado com uma das filhas de Tibiriça.  Deste casamento nasceu, em 1578, o primogênito André Fernandes, a quem após a morte do pai recebeu as terras como herança e reconstruiu a capela,... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte IV – Manifestações artísticas e religiosas | Discórdias, desordens e violência

    Dentre as famílias prósperas e importantes da vila de São Paulo, na primeira metade do século XVII, figuravam a dos Camargos e dos Pires.  Embora interligadas por laços de parentesco e por interesses comuns voltados para as atividades rurais e em especial a produção de trigo, de que eram grandes produtores, eles eram desunidos politicamente.  Disputavam a afirmação na vila e o comando da Câmara.  Os Camargos e os Pires estiveram sempre em atritos, jamais conseguindo viver em paz e harmonia,  confrontando-se na busca do poder.  Como resultado ocorreu uma luta declarada entre eles nas décadas de 40 a 60.... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte IV – Manifestações artísticas e religiosas | Mobilidade, instabilidade e originalidade

    Em tempos de movimento o burgo paulista apresentou características comuns a toda sociedade brasileira marcada pela mobilidade de seus membros e pela instabilidade provocada pelo sistema de exploração colonial.  Repetiu as dimensões do processo de colonização: o domínio do território, a exploração da terra, de metais preciosos e a conversão dos povos pagãos ao cristianismo. Daí derivou uma sociedade complexa e híbrida. No planalto paulista houve o encontro de várias culturas em ambiente que permitiu a sua evolução distante dos modelos importados do reino encontrados com maior facilidade na costa brasileira.  Ali se desenvolveu uma sociedade original interiorana, pioneira, mestiça,... (Leia Mais)
  • #tempodemovimento | Parte IV – Manifestações artísticas e religiosas | Condições geográficas favoráveis

    No inicio do século XVII, a vila de São Paulo de Piratininga ainda era “um acanhado núcleo demográfico e econômico, fixado como ”boca de sertão”, porta do interior  desconhecida e despovoada.” (Andrade,1955, 34) O século anterior foi caracterizado como o da fixação da vila e de seus arredores, aldeamentos indígenas e fazendas. Ela assumiu em seus primeiros tempos características próprias como a supremacia do meio rural sobre o urbano e consolidação de sua posição como um posto avançado da colonização portuguesa na América.  Aos poucos foi se transformando em polo para a continuidade do movimento de expansão europeia nesta parte... (Leia Mais)