A sociedade nascente, como no restante da colônia portuguesa, era bastante hierarquizada e marcada pela desigualdade. O historiador Maurício Martins Alves, ao estudar a organização social da vila de Taubaté no período demonstrou que “longe de igualitária, a sociedade taubateana foi marcada por profundas desigualdades na distribuição da riqueza”. (Alves, 1998, p.50.)
Os indígenas, embora constituíssem a maioria da população era escravizada, formando a base da economia regional. Eram excluídos da participação na vida social e alijados de qualquer participação no poder político.
Por outro lado, os brancos livres, organizados em torno de suas propriedades e fazendo uso do sistema escravista assumiam o topo da pirâmide social. Situação que se manifestava por meio da posse da terra, da ascensão social pela obtenção de títulos, e exercício de cargos públicos e patentes militares. A essa elite branca eram reservados os privilégios e honrarias.
Entre os homens livres havia uma clara divisão social. Havia as camadas dos mais pobres e dos mais ricos. A camada dos mais pobres era formada pelos menos abastados e de menor posses, correspondendo à aproximadamente metade da população inventariada, e como elite a camada mais abastada detentora de maiores posses, correspondendo à décima parte mais rica. Estes dois grupos eram separados por uma camada intermediaria.
Era uma sociedade onde a riqueza estava controlada por uma elite. A maioria da população não tinha acesso a ela e era mantida na condição de pobreza. Situação que se estendeu por todo o período, porém não havia “uma miserabilidade absoluta, universalizada.” (Alves, 1998,100)
Ao longo das primeiras décadas do século até as primeiras descobertas do ouro é preciso lembrar, como foi notado na vila de Taubaté que “poucas pessoas se destacavam economicamente, estando a grande maioria da população (branca) vivendo no mesmo padrão social.” (Lima, 2011, p. 104)
Para saber mais:
– Caminhos da Pobreza: a manutenção da diferença em Taubaté (1680-1729). De Maurício Martins Alves.