Os homens brancos e mamelucos que se fixaram no Vale do Paraíba a partir da primeira metade do século XVII trouxeram consigo e disseminaram a devoção e uma prática religiosa influenciada por uma forte devoção mariana.
A devoção à mãe de Deus esteve sempre ligada à colonização portuguesa em suas colônias. Quando Pedro Álvares Cabral aqui chegou em 1500 trazia em suas naus duas imagens da Virgem: um de Nossa Senhora da Piedade e outra de Nossa Senhora da Esperança.
A figura de Maria passou a ser um referencial para a fé católica. Houve uma continuidade na devoção alicerçada em Portugal por ‘Dom Afonso Henriques fundador da dinastia portuguesa que em 1139 consagrou Portugal à Mãe de Deus. A partir de então muitas conquistas foram atribuídas pela intercessão sagrada de Maria. Posteriormente, após a Restauração e a reconquista da independência de Portugal da Coroa Espanhola, D. João IV, no ano de 1646, ratificou o patronato da Virgem Conceição sobre Portugal e seus domínios.
A partir de então a devoção Mariana ganhou enorme projeção em todo Império colonial português e atingiu a região do Vale do Paraíba e seus habitantes. O que resultou em fato extraordinário no período subsequente de sua história abrigando na atualidade, a capital mariana do país.
No contexto colonial e ao tempo da formação histórica da região marcados pela presença da escravidão, do machismo e da violência a figura de Maria, a mãe de Deus, vai sobressair como “mãe poderosa e intercessora infalível” a quem todos podem recorrer com fé e confiança em todos os momentos. “Pode-se, então, afirmar que “Maria ocupa lugar central na dogmática popular da América latina” (Cipolini, 2011, 38) e, em particular no Vale do Paraíba. A colônia brasileira herdou a devoção mariana do catolicismo português
Para saber mais:
– A Devoção Mariana no Brasil de Pedro Carlos Cipolini.
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