Na vila o poder colonial manifestava-se por meio da Câmara Municipal e por três elementos de grande significação simbólica, instrumentos de justiça e repressão: a cadeia, o pelourinho e a forca. O pelourinho, símbolo da autonomia da vila, de caráter obrigatório quando da criação da vila, era uma coluna de pedra ou de madeira, colocada a prumo, posta em algum praça principal em que os réus eram submetidos à execração pública, açoitados e, ou, torturados. Porém, “a força, limite extremo do exercício do poder, não era bem vista em uma sociedade que esteve sempre no limiar da marginalidade”. (Benedito Prezzia, apud Arruda, 2011, 75).
A Casa do Conselho ou da Câmara foi o primeiro edifício público a ser levantado na vila e teve sua construção iniciada por volta de 1574.
Nas últimas décadas do século XVI a vila de São Paulo já apresentava maior alento graças ao pequeno surto agro pecuário que se desenvolveu ao seu redor. Boa parte da produção era destinada para a exportação.
O seu crescimento foi lento e constante. De uma população constituída em quase sua totalidade por indígenas em 1554 tem se, como registrou Anchieta, a existência de 120 fogos com aproximadamente 720 moradores brancos no ano de 1585. Outras informações dão conta de que em 1590 a população da vila estava distribuída em 150 fogos, somando uns 900 indivíduos, entre brancos e mamelucos de ambos os sexos.
A vila continuava limitada pela mata Atlântica e pela íngreme serra de Paranapiacaba, com tendência a manter-se isolada do litoral. Era, no entanto, o melhor ponto para se lançar rumo às almejadas e misteriosas riquezas do sertão e assim dar prosseguimento ao processo de expansão europeia pelo interior do país. “No alto do planalto, São Paulo de Piratininga não era uma ilha. Era uma cabeça de ponte.” (Arruda, 2011, 1)
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