Com a fundação das capelas desenvolveu-se a prática de vincular a elas bens de raiz. Assim foi feito em 1618 pelo casal Manuel Preto e Águeda Rodrigues em capela construída com a invocação de Nossa Senhora da Esperança, localizada no sítio do Jaraguá. “Vinculavam a essa capela o sítio com suas casas e quintais e todas as benfeitorias, um moinho com mais de meia légua de terras de matas maninhas, “uma dúzia de serviços”, 24 vacas e um touro… de hoje até o fim do mundo”. (Silva, 2009, p. 83) Em Santana de Parnaíba Guilherme Pompeu de Almeida fundou a capela de Nossa Senhora da Conceição. E em 13 de fevereiro de 1687 passou escritura “tendo-lhe constituído um patrimônio de “dinheiro amoedado, escravos oficiais de vários ofícios”. (Silva, 2009, p. 83)
Muitos dos potentados, fundadores de capelas, quando de idade avançada e se sentindo próximo à morte se desfaziam de tudo e faziam doação de seus bens, incluindo as terras, benfeitorias e os próprios indígenas cativos, às capelas e aos santos de devoção . As doações que se faziam as capelas e/ou as diversas Ordens religiosas atuantes em São Paulo “Ora, não há nessas atitudes nenhuma “racionalidade econômica”, no sentido que hoje entendemos; há somente o sentimento ou a esperança de “salvação da alma”, atitude muito própria da mentalidade da época, consoante ao modo de pensar, de agir e de conceber a existência humana.” O ato da doação significava uma forma de pensamento, norteada por valores religiosos, que almejava a salvação da própria alma, na crença de vida pós-morte. Enfim, no temor a Deus não presente no imaginário paulista.