A Capela de N. S. do Pilar foi construída entre os anos de 1748 a 1760 pelo taubateano Timóteo Correa de Toledo, após ter sido atendido sua petição datada de 1744, onde declarava ser filho legítimo de cristãos velhos e por ser devoto de N. S. do Pilar havia decidido difundir seu culto em Taubaté. Em 1747 foi lhe concedido o direito da construção e a administração da capela pelo bispo de São Paulo, sob uma condição:
“sob pena de excomunhão maior e duzentos cruzados, que nenhuma pessoa eclesiástica ou secular ponha escudo de armas ou quaisquer outras insígnias ou letreiros nos portais, paredes e outra parte de dentro ou de fora da dita capela, sem especial licença nossa ou de nossos sucessores por escrito” (in Ortiz, 1996,714)
O local escolhido para a construção foi “a esquina da Quarta rua”, entre a Igreja Matriz e o Convento de Santa Clara. Ela apresenta um estilo arquitetônico totalmente diverso do colonial paulista. Foi feita de taipa de pilão, com paredes grossas, com um único corpo, coberta de telha vã semelhante ao do colonial mineiro. Ela representa a arte barroca difundida em Minas Gerais no século XVIII, sem apresentar o luxo e a riqueza das igrejas mineiras.
Serviu, por todo o período colonial, como lugar para sepultamento de cadáveres de pessoas de certa posição social. Dentre eles a de seu próprio fundador Timóteo Correa de Toledo.
Restaurada entre 1945 a 1949, sofreu nova reforma em 1957. Desde a década de 1940 a capela do Pilar deixou de ser utilizada para culto religioso. Hoje abriga o Museu de Arte Sacra do Município criado em 1985. Seu acervo é composto por imaginária sacra, prataria religiosa, retábulos, altares e vestimentas sacras.
A Capela de Nossa Senhora do Pilar é um expressivo exemplar arquitetônico do estilo barroco, com manifestações da sua última fase, o rococó. Ela constitui importante patrimônio arquitetônico e artístico de grande significação, tanto local, como regional e nacional. O prédio foi tombado pelo SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Artístico e Turístico do Estado), em 1944.
Para saber mais:
ANDRADE, Antônio Carlos de Argollo e ABREU, Maria Morgado de. História de Taubaté Através de Textos. Taubaté: Prefeitura Municipal, Taubateana, no.17, 1996.
– ORTIZ, José Bernardo. São Francisco das Chagas de Taubaté. Livro 2o. – Taubaté Colonial. Taubaté: Prefeitura Municipal, Taubateana no.10,1996.
– SODERO TOLEDO, Francisco. Estrada Real: O Caminho do Ouro. In Estrada Real: Caminho do Ouro. Fábio O. Sanches, F. Sodero Toledo, Henrique Alckimin. Aparecida: Ed. Santuário, 2006, p. 11-86.