No ano de 1646, Dona Maria Jácome de Melo doou a área situada entre os rios Perequê-açu e Patitiba para a construção de um novo povoado e de uma capela dedicada a Nossa Senhora dos Remédios, santa de sua devoção. Esta primeira capela, de taipa e pau a pique, com cobertura de palha, foi demolida em 1668. Em seu lugar foi construída uma igreja maior, de pedra e cal, concluída em 1682. Contava a nova igreja com sete altares, sendo duas capelas internas.
Em l787, por ser a igreja pequena para a população que contava com cerca de 2.700 pessoas, foram iniciadas as obras de um novo templo em local próximo ao antigo. Essa obra, por ser grandiosa, custou ao povo grande soma de dinheiro e, por falta de ajuda financeira, teve sua construção paralisada várias vezes. Custeou e administrou sua finalização a piedosa senhora paratiense, Dona Geralda Maria da Silva. Devido as dificuldades a obra somente ficou pronta em 08 de setembro de 1873, 86 anos depois.
A igreja Matriz está situada em frente à praça de mesmo nome e impressiona pelo seu porte monumental. De estilo neoclássico, sobressai por sua imponência e apresenta a sobriedade e o despojamento característicos deste estilo, em que as grandes massas se contrapõem ao ritmo dos vãos. A Igreja possui planta de traçado característico do século XVIII, com dois corredores laterais ligados à nave central. Fachada dividida por pilastras em cantaria e cunhais do mesmo material. Frontão de linhas retas com óculo central e cruz de ferro. Clarestórios em arco, típico do século XIX.
Destacam-se nesta igreja a imponência da edificação, suas torres inacabadas, as imagens das antigas capelas, os frontais de altar das capelas internas do século XVIII, a pia batismal do Século XVII e o arcaz da sacristia em jacarandá maciço. São dignas de especial atenção as imagens da Semana Santa, em tamanho natural, de vestir ou de roca. Detalhe curioso são as torres inacabadas e o fundo da edificação por terminar.
A imagem de Nossa Senhora dos Remédios, possivelmente de origem portuguesa, do século XVIII, é uma peça de rara beleza, em cedro, com policromia e douramento De belo porte e cerca de 1,70 m. de altura a imagem é adornada com brincos, cordões e coroa em ouro e prata maciços, integrantes do seu tesouro particular.
Para saber mais:
– MAIA, Thereza Regina de C. Paraty, religião e folclore. São Paulo: Editora Nacional, 1974.
– http://www.paraty.tur.br/historia/monumentosreligiosos.php
– http://www.igrejaparati.com.br
–http://www.paratyvirtual.com.br