#tempodemovimento | Parte VI – Vale do Paraíba – a construção da paisagem | Os “sertões do Paraíba”

O clima da região, na maior parte de sua extensão, é considerado subtropical quente, a temperatura média anual é maior que 21º C e a média anual de umidade relativa do ar superior a 70%.  Ele se caracteriza por um período seco no outono/inverno e outro chuvosos na primavera/verão.  A vegetação também é variada e caracterizada pela perda das folhas nas épocas de clima seco.

A porção do vale médio superior constitui um importante corredor natural que influenciou na penetração, movimentação e fixação de diversos grupos populacionais desde as suas origens.  Razão pela qual a região se apresentou e mantém os traços permanentes de um grande mosaico racial e cultural.  Nela se destacaram os diversos povos indígenas, as levas de colonos europeus, os grupos africanos e de outros povos oriundos do processo de migração moderna.  Povos distintos oriundos de tempos diferentes que se tornaram aprisionados no vale, cercados pelas barreiras naturais que impunham limites à sua expansão e a circunscrever seus horizontes.

Embora se apresentasse como um território promissor o espaço foi considerado pelos primeiros colonos europeus como sertão: “os sertões do Paraíba”.  Na concepção do colonizador tratava-se de local inculto, perigoso, distante de povoações e de terras cultivadas e, longe do litoral.  Nele predominava a paisagem natural destituída de sinais de interferência humana significativa, quando muito perambulavam os indígenas.  Um lugar a ser conquistado e colonizado.

 

Floresta da Mantiqueira – Rugendas.