A primitiva capela foi criada sob o título de Menino Deos, Santa Rita e Santa Quitéria, pelos homens pardos libertos da Vila de Paraty, em 30 de junho de 1722. Devido às demolições da Capela de São Roque, das antigas igrejas Matriz e da igreja de Nossa Senhora do Mamanguá tornou-se a mais antiga igreja da Vila. Posteriormente foi reedificada e aumentada por outros devotos brancos sob o nome de Igreja de Santa Rita. Assim como todas as igrejas de Paraty, esta possui fachada voltada para o mar.
Conforme a pesquisadora Thereza Maia “esta igreja, com sua respectiva irmandade, reunia, pois “as cores pardas de Paraty”, tanto na vida como na morte. Em vida, nas cerimônias religiosas, e, na morte, pelo direito de se enterrar no cemitério da Irmandade, existente até hoje ao lado da Igreja”
Como acontecia no período colonial às igrejas eram segmentadas pela cor da pele: a igreja de Santa Rita era para os mulatos libertos, a de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito era para os negros, a de Nossa Senhora das Dores era para a elite branca e a Matriz de Nossa Senhora dos Remédios destinada aos trabalhadores e pescadores brancos.
A sua planta segue o mesmo partido comum no século XVIII: nave única, sem capelas laterais e um corredor lateral que liga a sacristia ao campanário. Fachada de esquema jesuítico: três janelas no coro e uma porta. Cunhais em cantaria. Frontão em curva e torre do campanário encimada por um galo de grimpa (catavento) em cobre. Tribunas e coro em renda de madeira, altar-mor com colunas em volutas, portas em madeira esculpida e lavabos em cantaria. Contíguo à igreja, do lado direito do corpo principal, encontra-se o cemitério da Irmandade de Santa Rita dos Pardos, em estilo columbário (com tumbas embutidas).
Em termos de arquitetura religiosa, a Igreja de Santa Rita segundo o arquiteto Lúcio Costa “é a mais valiosa, tanto pelo apuro da cantaria e do trabalho de madeira, nas portas, e do ferro na sóbria elegância das sacadas do coro, tanto pela talha dos altares colaterais de canto, com belas imagens de Nossa Senhora e enquadrando, na forma usual, a capela mor.” Nela pode-se observar os detalhes trabalhados do gradil da sacada interna, o trabalho na madeira das portas e dos altares colaterais, o galo marcador de vento na torre externa e o relógio na fachada.
Atualmente a igreja abriga o Museu de Arte Sacra de Paraty, criado em 1973 e administrado pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. No seu acervo estão imagens e pratarias dos séculos XVII, XVIII e XIX pertencentes às confrarias religiosas da cidade. Ela vem sendo utilizada para concertos, peças de teatro, exposições e conferências. Nos fundos da igreja está o Museu de Arte Sacra.
Para saber mais:
– MAIA, Thereza Regina de C. Paraty, religião e folclore. São Paulo: Editora Nacional, 1974.
– http://www.paraty.tur.br/historia/monumentosreligiosos.php
– http://www.igrejaparati.com.br
–http://www.paratyvirtual.com.br