4 de abril de 2018
Estudo publicado em 2012. Revisado em março de 2018.
"O saci faz a gente tropeçar para dizer palavrões. Dá nó no rabo dos cavalos. Pede fogo aos viadantes. Esturra o feijão. Chupa o sangue dos animais. Entorna o leite no fogo. Estraga as plantações. Faz queimar os balões. Pula na garupa dos cavalos, desassossegando-os. Pega qualquer alimária à noite, trança-lhe a crina, para se segurar bem, e sai em cima dela, agachado, a galope, pelos campos.” (Ruth Guimarães, em Filhos do Medo, 1950)
O presente estudo, revisado em março de 2018, procura resgatar o cenário de decadência na área pioneira da plantação de café no Vale do Paraíba Paulista, denominada “Cidades Mortas” por Monteiro Lobato. Neste cenário focaliza alguns elementos pertencentes às estruturas mentais como o medo e as histórias de assombrações que foram herdadas das gerações passadas. São elementos com forte presença no imaginário coletivo que serviam como parâmetro para as práticas sociais.
Procura ainda demonstrar que estes aspectos da cultura imaterial popular acabam, por meio do fenômeno da reciprocidade, influenciando a cultura letrada das elites. Para a sua realização tomou-se como fonte privilegiada os “discursos” de famosos escritores valeparaibanos, especialmente Euclydes da Cunha e Monteiro Lobato que conviveram e foram influenciados por esta realidade. Foram também utilizados como fontes os textos de Ruth Guimarães, Eugênia Sereno, Agostinho Ramos, Conceição Borges Ribeiro Camargo e Brito Broca.
Confira o estudo completo: Entre ruínas: Medo e Assombrações